Quando Sidarta aprendeu a ver
Filho do rei Sudoana, governante-mor do reino Sakia, situado no atual Nepal, o jovem Sidarta Gautama vivia em meio a um teatro de máscaras e finíssima porcelana arquitetado pelo pai.
Tendo se tornado órfão de sua mãe Maya apenas sete dias após o nascimento, no século 6 a.C., Sidarta se viu cercado pelo cuidado tão terno quanto claustrofóbico a que o rei obrigava cada um dos cortesãos e criados do palácio.
Sempre que mulheres se aproximavam de Sidarta, elas estavam suave e gentilmente maquiadas, com o pó de arroz salpicado por ilhas de vivo carmim nas maçãs do rosto pronunciadas; os cabelos, presos em coques e recobertos por véus multicoloridos, exalavam jasmim.
Invariavelmente solícitos e risonhos, os criados iam e vinham ao sabor das palmas de Sidarta, que eram recebidas como decretos urgentes e irrevogáveis.
Variados, aromáticos e fartos, com cores e temperos que fariam inveja ao mais requintado bazar do Oriente, os banquetes que Sidarta degustava eram sempre acompanhados por flautas e harpas melífluas, enquanto atores e atrizes, com coreografias harmônicas que prenunciavam o balé russo, afagavam a atenção de Sidarta até que o jovem, entre bocejos, tivesse o sono embalado e resguardado por eunucos e damas de companhia que o massageavam com delicadeza, abanavam mil leques e entoavam cânticos e orações para que o sono de Sidarta fosse tão iluminado quanto o sol de muita luz (mas pouco calor…) de sua vida fabular.
O príncipe Sidarta jamais vira rugas ou vincos, já que, sem feridas, seus dias não tinham cicatrizes. Todos eram jovens ou joviais, sem que Sidarta soubesse que, para tanto, borboletas e libélulas tinham seus voos coagulados em âmbar. (Se pudesse, o rei Sudoana teria aguilhoado o próprio tempo para prostrá-lo como um tapete persa aos pés de seu filho.)
O príncipe Sidarta jamais presenciara altercações e disputas que chegassem às vias de fato. Os duelos de espadas que lhe eram apresentados fariam crer ao mais sádico dos carrascos que as lâminas, lustradas com todo o esmero e gentis como o amanhecer da paz, eram plumas sólidas que logo voltariam a acariciar o rosto de Sidarta com cócegas suaves.
O príncipe Sidarta jamais vira uma lágrima, e, quando o choro proibitivo de uma cortesã certa vez irrompeu, o rei em pessoa se prontificou a explicar ao seu herdeiro dinástico que os olhos humanos, como o céu, também podem chover. (O pai só não explicou ao filho como a tristeza, sombra mesma da vida, municia as nuvens dos nossos olhos carregadas pela dor.) Vale frisar que a cortesã que chorou nunca mais foi vista no palácio ou em suas cercanias. Sidarta não pôde notar sua ausência, pois as máscaras de alegria, sem os traços telúricos e reais da dor, geravam entre criados e cortesãs semblantes de vidro idênticos e indiscerníveis.
Certa feita, no entanto, mesmo o todo-poderoso rei Sudoana não logrou esconder do filho a queda das cortinas naquele teatro de marionetes. Quando a avó de Sidarta deixou de ir aos aposentos do neto para lhe contar as mais criativas e mirabolantes estórias de povos e paragens até então desconhecidos, Sidarta sentiu a ausência da mãe de seu pai como um punho retesado com força dentro de seu peito. Como sua vida exilada em pedestais só lhe ensinara nomes para o dia, a noite fria da saudade fustigava Sidarta sem que o jovem pudesse discernir, sob a pele perfumada de seu mundo, a cara de caveira da morte. (Será que séculos depois, na Alemanha, o filósofo Georg Hegel tinha em mente – e no coração… – a saudade sem nome de Sidarta, quando sentenciou que “a angústia é a vontade desprovida de objeto”?)
Sidarta não tinha como saber – um barquinho de papel está pronto para singrar o mar revolto? –, mas a morte de sua avó, que mesmo o rei não pôde mascarar de todo, insuflava o trabalho de parto de sua nova vida…
Imaginando que sua avó amada pudesse estar em algum aposento do palácio que o príncipe, até então (e sabe-se lá por quê…), não pudera frequentar, Sidarta decidiu que era preciso descobrir os aposentos do mundo para além da vida cravejada de diamantes e esmeraldas.
Certa tarde, depois de mais um banquete a impedir que Sidarta almoçasse sem pretensões numa segunda-feira qualquer, o príncipe fez menção de dar passos fora do roteiro de sua vida. Quando Sidarta começou a caminhar em direção a portas que conduziam para além da vida de incensos e marfim do palácio, os mesmos criados e cortesãs que sempre o haviam servido sem pestanejar ficaram em polvorosa. Ao invés de simplesmente abrirem alas para os passos de veludo do jovem príncipe, como sempre haviam feito, os serviçais se interpuseram em seu caminho e, mesmo que seus gestos e falas dispensassem a mesma cordialidade postiça de sempre, Sidarta notou traços e tensões naqueles semblantes que mesmo a máscara de maquiagem não conseguia asfaltar. Quando o príncipe se cansou daquelas vozes de seda que não lhe abriam caminho, Sidarta bateu palmas com uma insistência que ele próprio desconhecia e, como se estivesse nascendo para si mesmo, ordenou que toda aquela companhia de atores e atrizes da vida real o deixasse só.
– Saiam daqui, já! Eu quero ficar sozinho… Saiam daqui, vamos, já!
Pela primeira vez na vida, um desejo-decreto de Sidarta não implicou a mobilização imediata do séquito de pajens que, até então, estava sempre pronto a carregá-lo em uma liteira, para que seus pés sequer precisassem resvalar o solo.
Quando se deu conta de que os criados e as cortesãs que o cercavam fingiam não ter ouvido sua ordem de deixá-lo sozinho, Sidarta descobriu os primeiros flancos de sua vida senhorial.
Quer dizer, então, que eu não posso estar só?
Quer dizer, então, que esses que me fazem companhia, servos até hoje da minha vontade, na verdade delimitam os meus passos e, entre rapapés e salamaleques, só fazem me vigiar?
Quer dizer, então, que, como um ícone sagrado, eu estou exilado num pedestal?
Ora, quem é o responsável por tudo isso senão aquele (o único!) ao redor de cujo trono eu até agora orbitei?
Quer dizer, então, que o rei Sudoana, meu amado pai e protetor, também é meu carcereiro?
Quer dizer, então, que eu, o príncipe, até então protagonista, me tornei coadjuvante diante dos criados e cortesãs que cumprem, ainda que sem palavras pontiagudas, a vontade do rei-pai?
Quer dizer, então, que a vida também se esconde atrás de biombos e que, sob cada palavra dita, há muitos silêncios recônditos, como as sombras que se esgueiram sob cada um dos servos e, também, sob os meus próprios passos senhoriais?
Atônito com as descobertas, Sidarta sentia os olhos pesados e turvos, como se estivesse recebendo a luz da vida pela primeira vez. Tomado pela vertigem, Sidarta sequer conseguia tombar, pois mil mãos já se apresentavam para acudi-lo (e detê-lo).
Como é que eu vou conseguir ficar sozinho?
Como é que eu vou conseguir sair daqui?
O que há lá fora?
Por que eu não posso ver o que há lá fora?
Naquela noite, Sidarta, cuidado (e vigiado) pelos eunucos e cortesãs, discerniu que seu teatro precisava de um novo disfarce…
Em certa tarde de banhos termais, uma cortesã esfregava as costas de Sidarta gentilmente, entoando uma canção angelical, enquanto um eunuco aguardava à beira da piscina, com olhares que às vezes desciam até a pândega senhorial, com uma toalha perfumada e um roupão de caxemira a postos.
Súbito, Sidarta requisita ao eunuco que entregue à cortesã um frasco de óleo de calêndula, para que sua pele possa receber os derradeiros cuidados, mas o servidor, algo trêmulo, redargui que justamente aquela essência estava em falta. (O jovem príncipe entreouvira as reclamações do rei-pai, que atribuía a ausência da essência de calêndula às impossibilidades de importação decorrentes de conflitos com povos vizinhos, que bloqueavam as vias de acesso para Sakia.)
– E então, servo, não vai cumprir o meu desejo?
– Seu desejo é uma ordem, meu senhor…
– Sendo assim, onde está o frasco de calêndula?
– Está em fal…
– Como, servo?
– Talvez haja frascos de calêndula remanescentes no almoxarifado do palácio, senhor…
– E então, servo? Você pretende que eu vá até lá para buscá-los?
– Não, meu senhor, jamais… Eu…
– Já para lá, servo!
Num zás, o criado zarpa até o almoxarifado, deixando Sidarta e a cortesã na pia batismal de sua quase-nova vida.
Súbito, Sidarta segura os ombros da cortesã com decisão e lhe pergunta:
– Como você se chama, serva?
– Estou aqui para servi-lo, meu senhor…
– Não foi isso que eu lhe perguntei. Quero saber o seu nome?
– Serva, meu senhor…
– Não quero mais saber da sua condição, serva, quero saber o seu nome, o nome que seu pai e sua mãe lhe deram.
– Mas, meu senhor…
– Já!
– Mahara, meu senhor…
– Belo nome, Mahara, tão belo quanto você e seus olhos doces como tâmaras.
Naquele momento, Mahara esboçou suave satisfação com o cantinho da boca – Mahara, não a serva.
Súbito, Sidarta se ajoelha diante de Mahara – a jovem serva quase desfalece – e lhe suplica com ardor:
– Me ajude, Mahara, eu lhe suplico, por favor! Me ajude a sair daqui, Mahara, eu quero ver lá fora, eu quero ver o mundo!
Cansada de sofrer com o mundo de lá, Mahara não conseguia entender o ímpeto do príncipe de querer cruzar as muralhas do palácio. No entanto, premida pelo dever de servir o príncipe e arrebatada pelo estilhaço de conversa com Sidarta, Mahara assim suspirou:
– Como posso servi-lo, meu senhor?
Quando o eunuco retornou às termas, o príncipe e a serva já não estavam por lá. Em polvorosa, cortesãos e criadagem reviraram cada quadrante do palácio em busca de Sidarta, mas nada.
Se o eunuco já não fosse um eunuco, o rei, enfurecido com o sumiço de Sidarta, o teria feito descobrir com quantos paus se faz uma canoa.
Enquanto isso, a sentinela do portão lateral e menor do palácio, destinado à criadagem, deixava Mahara e outra serva, a quem o guarda nunca vira, saírem do edifício, com a promessa sussurrada de que, naquela mesma noite, Mahara o visitaria, sem hora para ir embora, em seu cafofo junto ao riacho. (Quando o rei Sudoana soube da saída/fuga de Mahara e da serva nunca antes vista pelo portão da criadagem, a sentinela foi prontamente transformada em eunuco, mas Mahara e sua família jamais voltaram a ser vistas.)
Depois de regalar Mahara e sua família com as mais preciosas joias do tesouro real e exigir que todos partissem imediatamente de Sakia, o jovem Sidarta, com as vestes de seda e a maquiagem insinuante de uma bela cortesã, começou a percorrer as ruas e vielas do mundo, com hesitação, caminhando a esmo pela primeira vez em sua vida.
Sidarta, então, passou a ver o mundo sem o véu das pálpebras.
Ao dobrar a primeira esquina, Sidarta viu um velho esquálido e imundo, com os cabelos e a barba desgrenhados, embebendo um naco de pão na água infecta do meio-fio.
Boquiaberto de náusea e comiseração – afetos que não só Sidarta desconhecia como sequer sabia que muitas vezes se irmanam e se sucedem, como o dia e a noite –, Sidarta fez menção de bater palmas, como no palácio, para tentar retificar a realidade com seus decretos senhoriais. Súbito, no entanto, uma mão gordurosa lhe tapou a boca e um braço vigoroso o agarrou.
– Mas quem é você, belezura? O que faz por aqui?! Agora nós vamos nos divertir, boneca!
O bafo ébrio do ferreiro parrudo e pançudo quase embriagou a bela cortesã sob cujas vestes Sidarta se escondia, e não adiantava fugir da bocarra banguela e da língua de lagarto, pois o ogro urrava por beijos.
Sabe-se lá como – o desespero logra encontrar alçapões onde menos esperamos –, Sidarta consegue se desvencilhar como uma enguia e dispara em fuga pelas ruas escuras, sujas e apinhadas da plebe para a qual o reinado de seu pai nunca olhara.
Súbito, o esbaforido Sidarta estaca diante de um humilde casebre de barro com a porta aberta, de cujo interior emana uma intensa luz de vela.
Deitada no que o jovem pôde discernir como um arremedo de cama, uma senhora exala suspiros agônicos, e seus familiares, com as mãos abertas em súplica, choram e rezam baixinho, como um rito a alternar, vertiginosamente, esperança e despedida.
Perplexo, Sidarta não consegue entender o que está acontecendo.
Se a morte não existia para o jovem príncipe sequer como palavra, que dizer do fim mesmo da vida como experiência irredimível?
Ao deparar com a dor irrevogável daquelas pessoas diante da perda iminente da matriarca, Sidarta se vê trêmulo e repleto de um sentimento que até então nunca o habitara.
Com os olhos alagados pela primeira vez na vida, o jovem descobre, enfim, a tristeza como naufrágio.
Ora, quem diria que, como o rio que desagua no mar, a compaixão tem a lágrima como destino?
Sem conseguir suportar as dores do parto de sua nova vida, Sidarta foge do casebre e, aos berros, corre sem saber para onde nem por quê.
– Mentiram para mim, mentiram! Por que me esconderam a verdade? Por que me aprisionaram nesse teatro de sombras? Por quê?!
Desesperado, Sidarta se prostra no chão imundo e começa a engasgar com os soluços de seu próprio choro, como se não pudesse respirar o ar da nova vida.
Antes leve como uma pluma, o mundo agora pesa mais do que toda a legião de elefantes do rei Sudoana.
Órfão de pai vivo, Sidarta já não tem a quem recorrer.
Nauseado e sufocado pela cara de caveira da verdade, Sidarta sucumbe… e desmaia.
Quando recobra os sentidos, Sidarta se vê deitado numa cama de tábuas, o único móvel de um quarto de pedra austero, além de um incensório que asperge uma fumaça densa e vagarosa.
Com as costas doloridas, Sidarta se levanta com dificuldade, e logo um senhor magro e ágil, vestido com um hábito laranja vivaz que lhe cai por sobre o ombro direito, traz um pouco d’água para o jovem recém-desperto.
– Quem é você? Onde eu estou? Quem me trouxe para cá?
O senhor cofia um cavanhaque sem bigode, de pelos brancos como nuvens, que lhe cai do queixo e se afunila como a lâmina de uma adaga. Olhando com bonomia para Sidarta, ele responde:
– Meu nome é Ganesh, eu sou um brâmane, e você foi trazido aqui para nosso monastério por alguns monges que o viram desfalecido. Não se preocupe, você está entre amigos.
Sidarta redargui com uma mescla de raiva e desdém:
– Não acredito mais na amizade… Não acredito em você, não acredito em mais ninguém… Não acredito sequer em mim mesmo, pois eu já não sei quem eu sou…
De forma acolhedora, Ganesh pousa a mão esquerda no ombro direito de Sidarta e lhe pede:
– Por favor, me conte sua história.
Não sem alguma relutância inicial, Sidarta conta sua história para o monge Ganesh, que o ouve com atenção e, aparentemente, sem quaisquer juízos.
Enquanto tentava reconstruir os passos de sua vida que o levaram à ausência mesma de caminhos, Sidarta ia se sentindo novamente nauseado e tenso. Para tentar acalmá-lo, Ganesh pede a seus amigos monges que entoem singelos mantras.
Ao fim do relato, o jovem, extenuado, despenca num sono profundo.
– Bom dia, Sidarta!
Quando vê o café da manhã austero que Ganesh lhe oferece, o jovem pergunta ao monge se ele não fica com ainda mais fome depois de comer.
Sempre a cofiar seu cavanhaque pitoresco, Ganesh redargui:
– Se comermos em excesso, precisaremos carregar conosco as pedras do desejo que não conseguimos amainar. E, conforme tal prática nos enreda como hábito, já não somos nós a desejarmos algo, pois o próprio desejo, cada vez mais senhor onde antes era convidado, passa a ditar o que queremos – ou pior, o que devemos querer.
– Mas, Ganesh, no palácio eu tinha tudo…
– Segundo o seu relato, aonde essa opulência o levou?
– A nada, Ganesh, a nada…
– Não é curioso descobrir como os extremos se tocam, Sidarta?
Pela primeira vez em muito tempo, Sidarta sente o canto da boca ser içado por um leve sorriso.
Pela primeira vez, a surpresa de Sidarta, gratuita, não está ornada de seda e madrepérola.
– Quer dizer, então, Ganesh, que o todo-poderoso, a quem o desejo tudo cumula, na verdade pode se tornar cativo de sua própria onipotência?
– Pode o dono do mar saciar sua sede com uma gota sequer de suas águas salobras? Por outro lado, como é fácil para o mar engolir aquele que, com a tênue jangada de seu corpo, pensa que o conquistou… Quem vê a humilde planície a partir do cume de uma montanha imagina que pode engolfá-la com um só olhar, mas basta que o alpinista mire o abismo sob seus pés para que a vertigem o restitua ao rés do chão.
– Ganesh…
– Diga, Sidarta.
– Eu estou vendo pela primeira vez… Eu sempre fui um prisioneiro… Eu estou vendo, com os meus próprios olhos, pela primeira vez… E dói muito!
– Eis o trabalho de parto da consciência, Sidarta.
– Quer dizer, então, que, porque podemos renascer para nós mesmos, somos bebês mais de uma vez?
– Um sem-número de vezes, Sidarta, um sem-número de vezes. E, quanto à prisão em que você se descobriu, posso lhe dizer que maior apego têm ao cárcere aqueles que acreditam, pia e falsamente, serem livres.
– É como se fosse preciso que eu me perdesse para poder me encontrar, Ganesh…
– O que é que fez você fugir do palácio: a saciedade ou a crise?
– Mas e se eu voltar para a palácio agora, Ganesh?
– Já não será o mesmo palácio, Sidarta…
– Como não? O teatro de marionetes continua em cartaz!
– Quando a cobra troca de pele, Sidarta, ela consegue se refugiar no casulo que ficou para trás?
– Não… Já não é a mesma cobra.
– Então, para você, já não será o mesmo palácio.
Compartilhe:

Escritor, professor, youtuber, fundador da Universidade Virtual do Vassoler e apresentador do programa Filosofia do cotidiano (TV 247), é doutor em Letras pela USP, com pós-doutorado em Literatura Russa pela Northwestern University (EUA).
Publicar comentário